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RESENHAS

2017

(...) O espírito em Arame farpado é anárquico. No mesmo cenário, Lisa utiliza-se de seus poemas mais confessionais para falar de amor e, por esta via, expressar-se quanto às questões de gênero, a condição da mulher e sua ancestralidade, a condição da mulher homossexual e o machismo em nossa sociedade. A vida e a morte não poderiam escapar sua poesia. E não escapam.

 

2016

(...) nesse contexto, a autora se mostra discípula da chamada “poesia marginal”, gerada na década de 1970, cujas características, como aponta o professor Ítalo Moriconi, na apresentação do volume “Destino: Poesia”, dão conta da relação intrínseca entre versos, ideias e imagens. Dessa corrente, destaca-se o também mineiro Cacaso e seus poemas do exílio. Além disso, há uma influência patente de Carlos Drummond de Andrade, de “A rosa do povo”.

“Meu sexo é algema, mácula e saia longa”

 

(...) Se a literatura é uma espécie de vida quase traduzida, jamais decifrada, a poesia de Lisa é uma iluminação de enigmas. Seus poemas são adultas reflexões político-filosóficas sobre o peso de cada ato (isolado/coletivo), a culpa do passado, o futuro complexo e desesperançado e a futilidade do prosaico cotidiano dos homens. Não se tratam de poemas ao redor do umbigo. Ou o umbigo/mundo de Lisa é feito um nó de todos nós, nossos umbigos conservadores e egoístas, cheios de medo e preconceito. Ela não se esconde nem alisa nossa ferida. Luta cutuca machuca e avisa. Sou fã de sua necessária postura dura. Das asperezas de Lisa.

 

(...) o notável desta seção em particular é que ela, mais do que permutar o subjetivo e o objetivo, institui uma interessante globalização do eu, da individualidade. Aqui Lisa se identifica com vários solos (usar o Drummond de A Rosa do Povo como epígrafe é uma escolha coerente), registrando o impacto inerente à xenofobia e à manutenção da segregação e do controle territorial em múltiplas nações, fora a seletividade criminosa da política internacional (A América que conheço não tem nenhum tio chamado Sam), sempre sob a ótica da mulher no mundo, da pessoa física e pensante Lisa Alves.

 

 

2015

 

(...) por exemplo: leio e releio o livro de Lisa. Con(sinto), como pressagia Mario Benedetti, que em todos os livros que lemos encontramos palavras nos persistindo. Que se costuram e se emaranham de outras — palavras, obras, imaginaturas, palavras. E então me lembro da entrevista de Mary Oliver a Krista Tippett no início deste ano, quando a poeta reafirma a poesia como um constante exercício de se preguntar sempre, como o faz no poema “The Summer Day”, o que afinal de contas planejamos fazer com a nossa vida, ou no fim das contas pensamos estarem as coisas todas no lugar? 

Resenha e Entrevista para  Página Cultural - MG 

(...) Formatado em seis partes díspares, mas que se colidem fortemente em termos de conjunção temática, tratando de entrelaçar discussões acerca da formação do eu (ou dos eus, eus-nossos), de suas vivências afetivas, das experimentações mundanas e, por fim, das intermináveis conclusões destinadas ao império da palavra.

Resenha no Pianista Boxeado      

 

Ao abrir seu livro, Lisa trata justamente da questão do eu, mas este eu, assim como em Rimbaud, é um outro, ou melhor, é vários outros. Mario de Andrade diria aí: “sou trezentos, sou trezentos e cinquenta, mas um dia, afinal, toparei comigo mesmo.” É que o eu, para a poeta, não é um umbigo, mas um agenciamento.

 

Resenha e Entrevista para O Equador das Coisas

A mineira, radicada na capital federal há mais de uma década, estabelece em seu cortante ARAME FARPADO, um diálogo íntimo-comum de base existencial onde algumas das expressões mais pontuais parecem partir do seguinte questionamento: como manter-se vivo diante de tão imantada sociedade, de base distópica e essencialmente opressora?

Leia a resenha completa

 

 

 

 

 

ENTREVISTAS

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